domingo, 28 de agosto de 2011

Família é a convivência de aparentados por laços consangüíneos que vivem em espaço comum e interagem no relacionamento. A família deixou de ser a célula mater da sociedade e, segundo o Artigo 266º da nossa Constituição, é a base da sociedade, tendo especial proteção do Estado, o que soa como um contra-senso visto que a sociedade, com a parcimônia do estado, desvaloriza e ridiculariza a família a partir da banalização do casamento, da facilitação do divórcio e da pornograficalização da sexualidade.
A Palavra de Deus já preceituava tal catástrofe e podemos deferir do Texto Sagrado, capítulos 29 à 31 e 37 de Gênesis, ensinamentos sobre diversas situações que prejudicam o relacionamentos familiar, o que veremos a seguir.
Com base no Texto, diríamos que o relacionamento familiar fica prejudicado...
1. Quando o casamento começa errado - Gênesis 29.18.
De acordo com o costume da época, a filha mais velha deveria casar primeiro, vs. 26, o que não foi observado por Jacó e aproveitado por Labão em sagacidade.
Algumas motivações erradas para o casamento são:
a) Paixão; b) Sexo pré-conjugal; c) Gravidez; d) Desejo de maioridade; e) Libertação do jugo dos pais e f) Situação econômica.
A motivação correta para o casamento é a vontade soberana de Deus para nossas vidas. Devemos estar resignados ao Senhor se esperamos felicidade no matrimônio.
O casamento que resiste aos embates é aquele efetivado por Deus em seu propósito santo e soberano, e aceito por nós em obediência e resignação ao Senhor, Marcos 10.9.
2. Quando há disputas familiares - Gênesis 29.34 e 30.1.
Tais disputas são motivadas pela ansiedade egocêntrica de possessão e de domínio. Atualmente muitos casais vivem esta dificuldade devido a questões salariais ou quando se matem o divisionismo possessivo fomentado pela síndrome do ter. Quando a propriedade de bens ou a ganância econômica é mais importante do que o relacionamento conjugal não se constrói convivência em mutualidade.
A solução para as disputas familiares é a busca da unidade espiritual e a prática do altruísmo, do doar-se um ao outro, promovendo-se partilha de vida, alegria produtiva e espiritualidade. Quando nos entregamos de forma amorável ao nosso cônjuge, os bens seguem a reboque.
3. Quando um dos cônjuges se permite ao adultério - Gênesis 30.3-13.
Jacó não só aceitou a proposta absurda da esposa, de fazer sexo com a serva para gerar filhos, como tornou-se reincidente no erro. Adultério é pecado. É comparado a feitiçaria na Bíblia e não pode ser admitido entre servos de Deus. O adultério banalizou-se na vida de Jacó trazendo grandes problemas, mágoas incuráveis e marcas profundas para os seus, da mesma forma que amaldiçoa famílias hoje.
A solução para o adultério é muita conversa, inclusive sobre os anseios sexuais de cada um, associada a uma relação sexual o mais equilibrada e satisfatória possível, concomitante ao perdão incondicional dispensado àquele quebrou a trato da fidelidade conjugal. Vale ressaltar que prazer sexual no casamento não é pecado, basta lermos Cantares de Salomão.
4. Quando se pratica a prostituição conjugal - Gênesis 30.14-16.
Raquel propõe a Léia comprar uma noite de sexo com Jacó em troca das mandrágoras colhidas por Rúben. Léia aceitou a proposta absurda e comprou a noitada com o maridão. O mais estarrecedor é que Jacó aceitou parcimoniosamente a situação, compactuando com aquele deplorável ato de prostituição conjugal.
Se queremos evitar esta maldição que muitas vezes se banaliza entre casais, inclusive cristãos, devemos ter em mente que na relação conjugal, principalmente no trato sexual, não se troca, vende ou compra nada. Se dá, se entrega incondicionalmente na busca da realização do outro. Se precisamos comprar o amor, o carinho, o afeto e o sexo do nosso próprio cônjuge, o divórcio talvez seja um mau menor.

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Quando o relacionamento familiar fica prejudicado - parte 2
Autor(a): Pr. Fernando Fernandes



5. Quando há deslealdade e mentira quanto aos recursos financeiros - Gên. 30.37-43 e 31.20-21.
Jacó demonstrou sagacidade no trato financeiro de sua família e permitiu-se ao enriquecimento ilícito. Roubou e sonegou ao próprio sogro, conseqüentemente, logrou de suas esposas e seus filhos e sendo desleal à sua própria consciência, o que é pior.
Os benefícios materiais e sociais advindos do enriquecimento ilícito são bem maiores do que os resultantes da honestidade, mas nada além da honestidade permite aos pais pureza de consciência e integridade na hora de exigir dos filhos integridade e honestidade diante de Deus e da sociedade. Pais roubadores e desonestos não tem autoridade moral e espiritual para educarem seus filhos.
Para não sermos engodados e enredados pelo desejo de enriquecimento ilícito devemos buscar a consciência de que é Deus quem nos sustenta e quem provê os recursos para suprir todas as nossas necessidades mesmo que com pouco dinheiro. O nome limpo, a paz de espírito e a integridade que resulta da honestidade são bens valiosíssimos mesmo para os mais pobres e é a maior herança que podemos outorgar aos nossos filhos, Provérbios 10.9 e 16.
6. Quando as preferência afetivas são descaradamente declaradas - Gênesis 29.30 e 37. 1-4 e 20.
É impossível não admitirmos, a não ser que sejamos mentirosos, que temos preferências afetivas em nossas famílias. Nos identificamos mais com determinada pessoa do que com outra. É uma questão de afinidade, de empatia entre personalidades e pensamentos, mas isso não pode ser fator determinante no relacionamento familiar. Temos o desafio de sermos imparciais e de imprimirmos o mesmo padrão de justiça para todos em nossa família, incluindo aqueles que melhor se afinam conosco.
A solução, neste caso, não é negar-se ao amor ou a afinidade relacional mas sim, evitar que as preferências descabidas e desequilibradas, que superprotege um e abandona o outro, sejam identificadas. A declaração das preferências afetivas amaldiçoa aquele que não nos desperta empatia ao isolamento e ao rigorismo justiceiro, o que distorce a personalidade, desperta o desamor no coração e cultiva ódio mortífero.
7. Quando falhamos no testemunho cristão - Gênesis 31.19.
Jacó fora criado recebendo os ensinamentos de seu pai Isaque, "o Filho da Promessa", e portanto sabia como deveria agir para com sua família a fim de que, pelo seu testemunho, pudessem ser abençoados. Jacó falhou. Cometeu os mesmos erros de seus pais e seu testemunho distorcido influenciou negativamente a sua família, o que permitiu que no coração de sua mais amada esposa persistisse a idolatria a ponto dela roubar uma imagem de seu pai, Labão, para não romper o vínculo com suas origens religiosas.
Devemos assumir o nosso compromisso e o nosso papel como sacerdotes, o sacerdócio universal, para as nossas famílias. O nosso testemunho não pode ter outra influência que não seja a de coibir o pecado e desafio à salvação. Não podemos remediar ou demonstrar conivências com os pecados de nossos familiares. Cada dia que deixamos passar em falha testemunhal, de certo resultará em noites de amarguras e lágrimas quando virmos os nossos filhos, esposos e esposas, nossos familiares em geral, enchafurdados no lamaçal do pecado a passos largos para o inferno.

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Quando o relacionamento familiar fica prejudicado - parte 3
Autor(a): Pr. Fernando Fernandes



Conclusão:
Amados, a família é bênção de Deus para nós. Quando ajustada aos parâmetros da palavra de Deus é base que fornece solidez à sociedade e faz triunfar o ser, pois não há sucesso na vida que aplaque a amargura do fracasso na família.
Não podemos permitir que os fatores alistados aqui prejudiquem nossas famílias. Na família cristã, temente a Deus e fiel a Jesus Cristo não há lugar para disputas egocêntricas, para adultérios ou para a prostituição conjugal. Tais situações são pecaminosas e devem ser extirpadas do seio da família. Na família evangélica, que sabe a maneira correta de iniciar um casamento, não há espaço para mentiras e desonestidade, para preferências afetivas discriminatórias ou para um testemunho de esparrela. Somos o sal da terra. Somos o povo da santidade e das realizações benfazejas e por isso, devemos implantar na sociedade o padrão de Deus para as famílias a partir da vivência em mutualidade e espiritualidade contagiantes.
Devemos colocar nossas vidas e famílias no altar para que sejamos transformados por Deus em instrumentos de bênçãos para nossos lares. Devemos ser viabilizadores e facilitadores da boa convivência familiar, mesmo que isso nos exija renúncias doridas ou ruminar das afrontas. Devemos fazer tudo o que for possível, até mesmo nos permitirmos à transformações radicais na personalidade e na ideologia, para que nossos lares vivam motivados pelo amor manifestado por Jesus na cruz.
Somos, para a nossa família, os promotores do amor que nos possibilita vivermos em família para o louvor e glória do nosso Deus.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A armadura de Deus

A armadura de Deus

Prof. Anísio Renato de Andrade


Virtudes espirituais que moldam nosso caráter
A igreja primitiva surgiu em meio ao domínio do Império Romano. Por toda parte viam-se legiões do imperador, principalmente nas províncias insurgentes. Assim, quando Paulo escreveu a respeito da armadura de Deus (Ef.6.10-18), ele tinha em mente as vestimentas dos soldados romanos. O apóstolo estava preso em Roma, tendo consigo a companhia constante de um soldado. Seus leitores, da mesma forma, estavam habituados com a presença militar e conheciam bem suas roupas, equipamentos e armas.
Em algumas de suas epístolas, Paulo se refere aos cristãos como soldados de Cristo. Ele vê, inclusive a si próprio, como um guerreiro de Deus. Seu ministério é comparado a uma milícia. Sua vida é um árduo combate (ICo.9.26; Fp.1.30; I Tss.2.2; II Tm.2.3-4; 4.7).
Esta visão é bem diferente daquela anunciada por alguns pregadores, que convidam seus ouvintes para uma vida cristã isenta de sofrimentos e privações. Quem segue a Cristo deve estar disposto a lutar contra as forças espirituais do mal; e essa luta não é algo suave ou indolor.
Sabemos que o nosso inimigo não é o irmão que está ao lado; não é o nosso parente, vizinho ou colega de trabalho. O inimigo a ser combatido é Satanás, juntamente com seus demônios (I Pd.5.8; Ef.6.12).
Quais são as nossas armas e equipamentos? O apóstolo escreveu: “Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça, e calçando os pés com a preparação do evangelho da paz; tomando, sobretudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda a oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos” (Ef.6.14-17).
Algumas pessoas imaginam que a “armadura de Deus” seja um conjunto de apetrechos místicos, ou “objetos espirituais” à nossa disposição. Alguns chegam a fazer orações pedindo ao Senhor que lhes entregue tais equipamentos invisíveis. Outros fazem gestos de “apropriação”, como se estivessem vestindo sua armadura. Há quem chegue ao extremo de produzir espadas de plástico para distribuição nos cultos. Sabemos que nada disso faz o menor sentido.
Paulo estava simplesmente usando linguagem figurada. Ele estava mostrando que, da mesma forma como o soldado usa roupa especial, couraça, sapatos, escudo, espada e capacete, nós devemos trazer sempre conosco a verdade, a justiça, o evangelho, a fé, a salvação e a palavra de Deus, acrescentando a isso a oração, a vigilância e a perseverança.
Como podemos nos vestir com a verdade? Falando e vivendo a verdade (Ef.4.22-25). Desse modo, ela funciona como a roupa do soldado: nos protegendo. Quem poderá nos acusar legitimamente? Sendo verdadeiros, sempre estaremos com a razão.
De que adianta, se alguém ora de manhã, pedindo ao Senhor a “armadura”, e passa o dia falando mentiras e cometendo injustiças? Não haverá nenhuma armadura sobre essa pessoa. Ela estará vulnerável aos ataques do mal e, se não for destruída, terá escapado apenas pela misericórdia divina. Não podemos, contudo, supor que sairá ilesa.
De que adianta alguém gesticular como se estivesse empunhando uma espada e, ao mesmo tempo, negligenciar o conhecimento da palavra de Deus? Será vítima do engano de Satanás.
Devemos compreender bem o propósito do apóstolo ao usar a ilustração da armadura. Ele estava falando a respeito de virtudes espirituais que devem fazer parte do nosso caráter e da nossa vida. Assim, estaremos prontos para combater o inimigo. Nossa fraqueza humana estará revestida pelo poder de Deus. Entraremos na batalha e sairemos mais do que vencedores em nome do Senhor Jesus (Rm.8.37).

Maldições hereditárias

Maldições hereditárias

Prof. Anísio Renato de Andrade


É possível que um cristão seja amaldiçoado?
Já faz muito tempo que o povo evangélico tem ouvido ensinamentos a respeito de maldições hereditárias e outros tipos. A bíblia fala sobre maldições, mas a questão é que algumas pessoas querem nos convencer de que, mesmo sendo convertido, o indivíduo ainda continua amaldiçoado, precisando, portanto, passar por uma “quebra de maldições”. Outros chegam ao extremo de afirmar que o cristão autêntico pode ser possuído por demônios. Tais ensinos não encontram fundamento nas Sagradas Escrituras.
- O Novo Testamento é o padrão para a igreja. Seus autores jamais tratam os cristãos como amaldiçoados ou endemoninhados, mas sim como justos, santos e benditos de Deus (Col.1.2; Heb.3.1; Mt.25.34; At.3.26; Ef.1.3; Gál.3.9).
- Não encontramos na bíblia nenhum processo pós-conversão para quebra de maldições hereditárias. Os apóstolos não passaram por isso, nem os demais irmãos da igreja primitiva.
- Toda maldição na vida do cristão foi desfeita na cruz do Calvário (Gál.3.9-14) e isto se aplica no instante em que o indivíduo aceita Jesus como seu Senhor e Salvador.
- A bíblia não fala a respeito de nenhum outro momento ou método de se quebrarem maldições.
- Há quem ensine que cada maldição deve ser quebrada de modo específico, sendo detectada e declarada pelo amaldiçoado. A bíblia não ensina isso.
A palavra maldição é usada indevidamente para designar uma série de males na vida das pessoas, inclusive de cristãos verdadeiros, fazendo-se uma confusão muito grande em torno da questão. Mágoas, traumas, resultados de escolhas pessoais, conseqüências de pecados, doenças hereditárias, a força do exemplo dos pais, provações, tribulações, dependência química, física ou psicológica, natureza pecaminosa e hábitos pecaminosos são confundidos com maldição. Em alguns casos, talvez isto seja até uma forma de se esquivar da responsabilidade que cada um tem sobre seus próprios erros. É mais cômodo colocar a culpa nos pais ou em outros antepassados.
Após a conversão, precisamos passar por algum processo? É claro que sim, mas não se trata de “quebra de maldições”, senão de uma busca constante pelo conhecimento bíblico que nos proporcionará mudança de mente (Rm.12.2), crescimento espiritual e intimidade com Deus. O ex-viciado precisará de um acompanhamento, e talvez de uma internação, para desintoxicação e isolamento em relação ao contato com a droga, mas isso nada tem a ver com maldição.
Se a divergência fosse apenas de ordem semântica, nada haveria de grave. Se chamamos determinado problema de “trauma” ou de “maldição”, talvez seja só uma questão do nome que se dá. Entretanto, quando alguém diz que o convertido está carregando maldições hereditárias, faz uma afirmação contrária à palavra de Deus. Onde fica o valor do que se lê em II Coríntios 5.17? “Se alguém está em Cristo, nova criatura é. As coisas velhas se passaram e eis que tudo se fez novo”. Se isso não se aplicar a uma libertação espiritual, que aplicabilidade terá? O convertido passa a ser “herdeiro de Deus” e não um herdeiro de maldições (Rm.8.17).
Para que se quebrem maldições, algumas pessoas querem que façamos uma retrospectiva afim de confessarmos pecados cometidos antes da conversão. Contudo, a bíblia não estabelece tal exigência para ninguém. Se isto fosse necessário, imagino que uma pessoa que se converte aos 80 anos de idade, precisaria passar alguns anos confessando pecados. E mesmo assim, não existe garantia de que teria se lembrado de todos. O ladrão que morreu ao lado de Cristo não confessou cada um de seus pecados, mas, ainda assim, foi purificado e salvo imediatamente. E mesmo que vivesse ainda muitos anos, não precisaria fazer tal confissão, pois isso nunca foi exigido de nenhum daqueles que se converteram no período do Novo Testamento. Se fizermos tal coisa, estaremos negando ou menosprezando a obra que Jesus fez em nós no momento em que nos entregamos a ele. Se pecarmos depois de convertidos, vamos confessar cada pecado (I Jo.2.9), mesmo porque não vamos esperar que os pecados se acumulem para fazermos uma confissão “no atacado”.
Algumas pessoas, depois de passarem por processos de “quebra de maldição”, verificam que os problemas identificados continuam. Ficam frustradas e desanimadas. A causa está no falho diagnóstico e no remédio inadequado. Certas situações físicas, naturais, econômicas, sociais, etc, continuam inalteradas após a conversão, mas isso não significa maldição. Afinal, os novos convertidos continuam tendo uma história e elementos presentes que são resultados de suas escolhas passadas. Por exemplo, o pobre continua pobre. Isso não é maldição. Trata-se de uma condição social que pode ser mudada, mas não obrigatoriamente em virtude da conversão. O Novo Testamento fala sobre escravos que se converteram ao cristianismo. É claro que se tratava de uma situação inadequada e indesejável. Quem pudesse se libertar não deveria perder a oportunidade, mas a continuidade da escravidão não era tratada como maldição (Fm.10-14; I Cor.7.21).
O que seria então uma maldição? Etimologicamente, podemos traduzi-la como “falar mal”. Maldição é uma praga profetizada contra alguém. Na bíblia encontramos maldições proferidas por Deus contra a serpente (Gn.3.14), contra a terra (Gn.3), contra os que transgridem seus mandamentos (Dt.28). Também existem casos em que o pai amaldiçoou os filhos (Gn.9.24-25; Gn.49.5-7; Heb.11.21). Num episódio excepcional, Cristo amaldiçoou uma figueira (Mc.11.21). Não encontramos maldições vindas de Satanás, como parecem crer algumas pessoas, embora ele possa participar na concretização das mesmas. A maldição vem, geralmente, de uma autoridade que tenha também poder para abençoar. Por outro lado, não basta que a maldição seja proferida. Para que se realize, ela precisa ter uma razão concreta. “A maldição sem causa não virá” (Pv.26.2). Se um pai amaldiçoar um filho, isso não se concretizará se o filho não for merecedor daquele mal, ou seja, se ele estiver inocente naquela situação.
E mesmo com este fundamento bíblico que mostra a existência de maldições, cremos que todas elas são quebradas no momento da conversão. E depois de convertidos, será que podemos atrair novas maldições sobre nós? Creio que isso pode acontecer, caso nos desviemos do evangelho, escolhendo uma vida de pecado (Heb.6.7-8; II Pd.2.14-15). Mas, ainda assim, não há que se falar em maldições hereditárias. Serão maldições pessoais e intransferíveis. Os apóstatas podem ficar possessos (I Sm.16.14), mas não os cristãos fiéis e perseverantes no caminho do Senhor. Aquele que se desvia pode ter de volta o demônio que antes o dominava, acompanhado de outros sete piores do que ele (Mt.12.45).
Todo convertido precisa se encher do conhecimento da palavra de Deus. Assim, conhecerá e assumirá sua posição espiritual, deixando situações que, em virtude da ignorância, continuariam em sua vida, podendo vir a ser confundidas com maldições. Nessa linha de raciocínio incluímos os traumas, mágoas, etc. O perdão é um remédio eficaz para as feridas da alma, que não devem ser confundidas com maldições.
A vida cristã não nos oferece imunidade contra o sofrimento. Podemos ser acometidos por provações, tribulações e até aflições (João 16.33). Não venhamos dizer que são maldições hereditárias.
A bênção e a maldição não podem estar sobre a mesma pessoa ao mesmo tempo. Os filhos de Deus não são malditos nem podem ser. Somos bem-aventurados porque Jesus nos salvou e nos libertou. Não temos demônios nem podemos tê-los, porque somos o templo do Espírito Santo que habita em nós (I Cor.3.16; I João 5.18).

domingo, 21 de agosto de 2011

O Sal da terra

O sal da terra
Disse Jesus: "Vós sois o sal da terra. Se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens." (Mateus 5.13).
O sal é útil para dar sabor e também para conservar os alimentos. Houve tempos em que as pedras de sal eram usadas até como moeda corrente. Daí veio a palavra "salário". Jesus disse que os cristãos são o sal deste mundo. Para que o sal possa ter alguma utilidade ele precisa sair do saleiro; precisa se misturar à massa. Isso nos leva a refletir sobre nossa participação e atuação em nossas comunidades. Não me refiro simplesmente às comunidades cristãs, mas ao nosso convívio com a sociedade de modo geral. O cristão não deve ser uma pessoa isolada, alienada, distante de tudo e de todos. O sal precisa se misturar. Você precisa saber o que está acontecendo, precisa dar sua opinião, precisa participar. Existem aqueles irmãos que vivem fugindo de todo tipo de contato, seja no trabalho, seja na escola, seja no bairro onde moram. Evitam conversar sobre questões políticas, culturais, esportivas, etc, tudo em nome da santificação. Louvável motivo, mas infeliz atitude. Só através da participação poderemos influenciar este mundo, dando-lhe sabor e valor. Jesus orou ao Pai a favor dos discípulos, dizendo: "Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal". (João 17).
Agora, cabe uma observação: não se coloca sal em carne podre. Se isso acontecer, o sal será jogado fora com a carne. Existem certos ambientes que não são apropriados para nós. Certos assuntos são, por si mesmos, abomináveis e determinados eventos poderão ser prejudiciais. Alguns tipos de compromisso podem ser contrários ao nosso pacto com Deus. Então, pense bem. Jesus nos chamou de "sal da terra" mas não mandou misturar sal e terra. Esse seria o caso daquele sal que cai ao chão. Será pisado pelos homens. É o caso daquele cristão que se corrompe, tornando-se motivo de vitupério para o nome de Cristo. Ainda que Deus o tenha perdoado, continuará a ser pisado pelas pessoas.
Em João 2, temos o relato da participação de Cristo em uma festa de casamento. Ali, o Mestre realizou seu primeiro milagre, o que resultou em glória para o reino de Deus. Imagine se Jesus recusasse todo tipo de convite. Perderia muitas oportunidades de fazer a obra de Deus. Aí está um detalhe importante: como agimos nos lugares onde vamos? O que fazemos? Já pensou se, naquela festa de casamento, os discípulos começassem a se embriagar e fazer besteiras...? Jesus ficaria envergonhado. E não é assim que ele tem ficado muitas vezes em relação às nossas ações?
O sal precisa se misturar, mas não com tudo, e não de qualquer maneira. Como definir essa questão? Saia do "saleiro", meu irmão, mas não vá a qualquer lugar. Faça alguma coisa mas não faça qualquer coisa que lhe vier à cabeça. Aceite alguns convites, mas não aceite qualquer convite. Em caso de dúvida, peça a orientação do Espírito Santo, ouça a sua consciência, solicite o conselho pastoral. Devemos pedir a Deus sabedoria diante de cada situação, de modo que possamos cumprir bem o nosso papel sem que sejamos motivo de escândalo para o evangelho.

melhorando sempre

Melhorando sempre
O apóstolo Paulo nos diz que o caminho de Deus para nós é "sobremodo excelente." (I Cor.12.31). Observe que ele não usou palavras fracas, medíocres ou elementares. A excelência é o ponto alto da qualidade. É isso que Deus quer de nós.
Entretanto, muitas vezes apresentamos a Deus algo feito "mais ou menos". É como acontecia nos tempos do profeta Malaquias (cap.1). Algumas pessoas ofereciam pão sujo sobre o altar. Outros levavam para o sacrifício animais cegos, mancos, doentes, e até mesmo roubados. Diante disso, o Senhor ficou indignado com aquele povo.
Que cada um de nós possa analisar sua própria vida e o seu serviço ao Senhor. Nessa análise, cada um deve perguntar a si mesmo: O que eu posso fazer para melhorar o meu relacionamento com Deus? O que eu posso fazer para melhorar o meu serviço na igreja e na obra do Senhor? Qual é o erro que eu posso corrigir?
Certa vez, o salmista perguntou a si mesmo: "Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que ele me tem feito? Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor." Temos nesse versículo um exemplo de auto-análise: uma pergunta seguida de uma decisão. Que tal seguirmos este exemplo?
É muito difícil fazermos grandes mudanças de uma só vez, mas podemos dividir as grandes obras em pequenas tarefas. De tijolo em tijolo constrói-se uma grande casa ou até mesmo uma muralha. De degrau em degrau sobe-se uma grande escada. Com pequenos passos pode-se percorrer uma grande distância. Procure melhorar em um detalhe hoje, outro amanhã. Preste atenção às suas ocupações e tente fazer tudo com mais carinho, com mais zelo, com mais amor.
Pedimos que o Espírito Santo derrame o seu amor em nossos corações afim de que as nossas obras sejam aceitáveis diante de Deus e possam servir para o engrandecimento do seu nome.